Quem tem colesterol alto pode ou não comer ovo?

Por ser um dos alimentos mais versáteis e acessíveis, o ovo é figura carimbada no cardápio brasileiro. Mas, apesar de ser rico em nutrientes, quem tem colesterol elevado pode consumir ovos? Essa é uma dúvida que permeia há muito tempo.

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Gabriela Giralt

É de conhecimento geral que os alimentos estão diretamente ligados ao nível de colesterol no organismo. Ter uma alimetação saudável e balanceada pode previnir, como também ajudar no controle dos níveis de LDL (mau colesterol). Em função disso, muitos alimentos fazem parte da lista de vilões contra o colesterol, sendo altamente recomendável evitá-los. E não é novidade que o ovo faz parte desta lista.

Por que os ovos podem estar associados a um aumento no colesterol?

A verdade é que há muitas controversias sobre o assunto, já que não existe uma ligação clara entre o consumo de ovos e o colesterol alto.

De acordo com a American Heart Association [AHA], os principais contribuintes do colesterol na dieta, em ordem decrescente, foram a carne vermelha (com 42% da ingestão total de colesterol) e os ovos (que contribuíram com 25% do colesterol total), além de alguns produtos à base de grãos e os laticínios integrais.

Em um estudo divulgado pela BMJ, em janeiro de 2020, pesquisadores concluíram que comer ovos não está diretamente associado ao risco de doença cardiovascular. A pesquisa envolveu dados de três grandes estudos norte-americanos desde 1980.

O estudo mostrou que as pessoas que comiam mais ovos tinham um índice de massa corporal (IMC) mais alto, usavam menos estatinas e comiam mais carne vermelha. Com isso, a conclusão dos pesquisadores foi de que a junção de todos esses fatores, e não exclusivamente o consumo de ovos, contribuiu para o aparecimento das doenças cardiovasculares.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, o grande vilão é, na verdade, o consumo em excesso.

“Um dos motivos da alteração dos níveis de colesterol é o consumo excessivo de gordura saturadas e gordura trans, presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, derivados do leite, além de produtos ultraprocessados como biscoitos, margarina, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, bolos prontos e sorvete”, descreve a matéria.

Como saber a quantidade de ovo que devo inserir na minha dieta?

De acordo com a Mayo Clinic, um ovo grande contém cerca de 186 mg de colesterol - e cada um destes 186 mg encontram-se na gema, a clara de ovo não contém colesterol.

No caso de doenças cardiovasculares, diabetes ou níveis elevados de LDL (mau colesterol) é recomendável ter um controle maior em relação ao consumo de alimentos com alto nível de colesterol.

A sugestão da American Heart Association [AHA] é o consumo de um ovo (ou duas claras) por dia para as pessoas que os comem como parte de uma dieta saudável.

Portanto, para quem tem colesterol elevado, o mais importante é seguir as orientações do seu médico ou de um nutricionista antes de consumir esses alimentos e manter os exames em dia para acompanhar os níveis de colesterol no organismo.

Hábitos saudáveis

Uma dieta diversificada e com alimentos frescos é uma grande aliada no percurso para manter os níveis de colesterol recomendáveis. O Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Universidade de São Paulo (USP), apresenta dez passos simples para seguir uma alimentação saudável:

  • Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados;
  • Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades;
  • Limite o consumo de alimentos processados;
  • Evite alimentos ultraprocessados, que são aqueles que sofrem muitas alterações em seu preparo e contêm ingredientes que você não conhece;
  • Coma regularmente e com atenção. Prefira alimentar-se em lugares tranquilos e limpos e na companhia de outras pessoas;
  • Faça suas compras em locais que tenham uma grande variedade de alimentos in natura. Quando possível, prefira os alimentos orgânicos e agroecológicos;
  • Desenvolva suas habilidades culinárias. Coloque a mão na massa, aprenda e compartilhe receitas;
  • Planeje seu tempo. Distribua as responsabilidades com a alimentação na sua casa. Comer bem é tarefa de todos;
  • Ao comer fora, prefira locais que façam a comida na hora;
  • Seja crítico. Existem muitos mitos e publicidade enganosa em torno da alimentação. Avalie as informações que chegam até você e aconselhe seus amigos e familiares a fazerem o mesmo;

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