Usar o celular à noite, principalmente antes de dormir, virou um hábito comum nos dias atuais, mas que, a longo prazo, pode ser um preço alto à nossa saúde. Embora seja ecologicamente correta, pesquisadores concluem que a luz azul pode afetar seu sono e potencialmente causar doenças. À noite, a luz desequilibra o relógio biológico do corpo - o ritmo circadiano. Isso pode contribuir para a causa do câncer, diabetes, doenças cardíacas e obesidade.
Isso acontece porque a luz emitida pelos aparelhos eletrônicos é azul, o que estimula o cérebro a permanecer mais tempo ativo, afastando o sono e desregulando o ciclo biológico de sono-vigília.
Mas não é só o celular que emite a luz azulada que prejudica o sono, qualquer tela eletrônica tem esse mesmo efeito, como a TV, o tablet, o computador, e até mesmo as luzes fluorescentes que não são adequadas para dentro de casa.
De acordo com um estudo publicado pela LiveScience, ficou provado que atualmente dormimos 2 horas a menos em comparação a 40 anos atrás. Da mesma forma, a população que mais está sofrendo essas mudanças são as crianças e os adolescentes, o que pode contruibuir para um quadro precoce de insônia crônica, como também efeitos a nível comportamental, motivacional e no rendimento escolar.
Luz azul x qualidade do sono
Conforme materia divulgada pela Universidade de Harvard, as ondas de luz azul podem ser benéficas durante o dia porque aumentam a atenção, tempo de reação e o humor, mas parecem ser mais prejudicais à noite. O aumento da exposição aos eletrônicos com telas, bem como iluminação com eficiência energética, faz com que o contato com a luz azul seja ainda maior após o pôr do sol.
Enquanto qualquer tipo de luz pode diminuir o nível de melatonina, a luz azul à noite faz isso com mais força. Pesquisadores de Harvard conduziram um experimento comparando os efeitos de 6,5 horas de exposição à luz azul com a exposição à luz verde. A luz azul suprimiu a melatonina duas vezes mais que a luz verde, assim como os ritmos circadianos.
Ainda conforme a matéria, a Universidade de Toronto também divulgou um estudo comparando os níveis de melatonina de pessoas expostas à luz azul enquanto usavam óculos de bloqueio com pessoas expostas à luz fraca normal sem usar óculos. O fato de os níveis do hormônio serem quase os mesmos nos dois grupos reforça a hipótese de que a luz azul é um potente supressor de melatonina.
Em pesquisa realizada pela Universidade de Haifa, em Israel, divulgada pela BBC Brasil, foi feito um comparativo entre os dois tipos de luminosidade: com filtros que bloqueavam a luz azul e com a luz vermelha. Como resultado, foi concluido que a luz branca azulada emitida pelas telas de dispositivos eletrônicos prejudica a duração e, principalmente, a qualidade de sono, danificando os ciclos do corpo, ao contrário da luz branca avermelhada que não causa interferência no organismo.
Riscos para saúde
O principal risco da exposição excessiva aos eletrônicos antes de dormir está relacionado a insônia e perda da qualidade do sono. A longo prazo pode resultar em um maior risco de desenvolver problemas de saúde, como:
- Diabetes;
- Obesidade;
- Depressão;
- Doenças cardiovasculares, como pressão alta ou arritmia.
Além destes riscos, este tipo de luz também causa maior cansaço nos olhos, uma vez que a luz azul é mais difícil de focar e, por isso, os olhos precisam estar constantemente se adaptando. A pele também é afetada por esta luz, que contribui para o envelhecimento cutâneo e aparecimento de manchas.
Para evitar os riscos da luz azul, é recomendado ter alguns cuidados como:
- Instalar aplicativos no celular que permitem que a luminosidade seja alterada do azul para o amarelo ou alaranjado;
- Evitar o uso de aparelhos eletrônicos até 2 ou 3 horas antes de dormir;
- Preferir luzes amarelas quentes ou avermelhadas para iluminar a casa durante a noite;
- Utilizar óculos que bloqueiam a luz azul;
- Colocar um protetor de tela que proteja da luz azul;
- Usar proteção no rosto que proteja da luz azul, e que tenha antioxidantes na composição, que neutralizam os radicais livres.
Especialistas alertam e recomendam que a melhor forma de previnir os riscos causados pela luz azul é reduzir a utilização diária dos dispositivos eletônicos.